Piratas do Caribe

If you can't live the world, seas lo que quieras, dans ta tête, o mundo nunca pára.
Do jeito que as palavras me saem, do jeito que eu tomo as minhas decisões, do jeito que eu vivo a minha vida, só posso saber que estou em afogamento. Um desespero permanente, uma ansiedade constante, a hiperatividade desnorteada. Não consigo mais pensar em mim, refletir sobre mim, achar um título para minha vida. Entender meu passado, gozar meu presente e sonhar meu futuro. Tudo isto parece distante, um universo onírico. Sei que só preciso dar uma voltinha, um clique transformador. Não quero mais ficar chorando, reclamando de mim mesmo. Não quero mais ficar tagarelando, me gabando de mim mesmo. Mas onde está minha paz? Não sei se uma grande mudança para o pequeno clique, ou uma simples manhã que me cutuca diferente. Parado não posso ficar.
Sei que exagero, no amor, na dor, na carência. Mas o exagero é uma forma de contestar a mesmica deste mundo. É minha forma de dizer que quero mais, quero diferente, quero de verdade. Meu exagero sou eu, em todos os sentidos. à distância, colado, dentro.
Eu sei que vejo o que está à minha frente, vejo dentro das pessoas. Se em alguns segundos eu posso saber toda uma vida, compreender, fazer uma estória, eu posso viver mais de uma vida? Às vezes as coisas clareiam, e não é sentado no banco da igreja, é no metrô. Eu sei que quero viver em cidades que tenham metrô, sempre. Quero ser levado, furtivamente, por baixo da terra, renascer em cada subida ao superfície, me iluminar em cada descida ao subterrâneo. Vivendo de ilusões. As minhas. Dentro de cada cabeça um mundo não é mais que uma ilusão do que achamos que vemos, de quem achamos que gostamos, do que achamos que podemos ser. Só o coração diz a verdade, quando
Cala a boca que não se machucará.