quarta-feira, dezembro 27, 2006

Oi, tchau.

Eu estive conversando com um amigo, destes que posso ficar mais de um ano sem dizer Oi e é sempre um amigo que olha nos meus olhos e sabe que estou triste, ou inseguro ou até mesmo feliz. Concluindo que a vida é feita de Ois e Tchaus, entremeada de alguns até logos. E para os Ois damos menos atenção que ao Tchaus. O tchau nos faz mover, nos fazer nos posicionarmos, nos faz sofrer. Entendemos a despedida como uma última chance de se agarrar a algo que conhecemos, a algo que fundamenta um pouco nossa vida, nossa busca pela auto-compreensão e felicidade. Os Ois são muitas vezes diminuídos, tratados como invasores, ou desdenhados. Um Oi pode ser uma última chance também, de ser feliz, de recomeçar, de achar sentido. Cada Oi deveria ser mais derradeiro que cada tchau, cada momento maior que cada memória, cada ação melhor que cada lembrança. Ando em um momento de dizer tchaus, não sei se gosto. Ando na expectativa de dizer vários Ois, não sei se quero. Ando porque não posso ficar parado, mas recostar a cabeça em um colo quente e conhecido é fundamental pra qualquer passo.

sábado, dezembro 23, 2006

Cândido

Não sei o que eu abrigo, nestas tardes quentes de verão, só sei que às vezes acho bom, muitas vezes acho que não passa de senão. Provoco uma coisa assim, meio amarga, meio indizível, não é o gosto de meu íntimo, é a cor de meu amor. Ame ou odeie. Nunca foi filosofia, nunca foi necessidade. O pior é que às vezes ocorre, faz gente correr, pra cima, pra longe, paralelamente. C'est la vie... Se tenho a voz doce quando exclamo tenho a garganta suja quando reclamo. E sei reclamar, sei também dar motivos para reclamações. Mas, antes uma vida em movimento que sentado assintindo ao movimento do mundo. Se posso provocar não me furto. As consequências? Discutiremos depois, ninguém que entra nãi imagina que um dia terá de sair. Se vira, ou te devoro. Se precisar de minha ajuda é só chamar.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Tô tintindo nada

Não que eu esteja assim tão drástico. Saio, gosto, me divirto. Mas está difícil achar sentido na vida. Talves seja trava de grande mudança se anunciando, o fato é que SOCORRO!!

Socorro, nao estou sentindoNada
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Nao vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmoQue penada,
Me empreste suas penas
Ja nao sinto amor nem dor,
Ja nao sinto nada
Socorro, alguem me de umCoracao,
Que esse ja nao bate nem apanha
Por favor, uma emocao pequena,
Qualquer coisaQualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve terAlgum que sirva
Socorro, alguma rua que meDe sentido,
Em qualquer cruzamento,Acostamento,Encruzilhada,
Socorro, eu ja nao sinto nada
Socorro, nao estou sentindoNada
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Nem vontade de chorarNem de rir
Socorro, alguma alma, mesmoQue penada,
Me empreste suas penas
Ja nao sinto amor nem dor,
Ja nao sinto nada
Socorro, alguem me de umCoracao,
Que esse ja nao bate nem apanha,
Por favor, uma emocao pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos , deve terAlgum que sirva
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve terAlgum que sirva

Arnaldo Antunes - Socorro