Oi, tchau.
Eu estive conversando com um amigo, destes que posso ficar mais de um ano sem dizer Oi e é sempre um amigo que olha nos meus olhos e sabe que estou triste, ou inseguro ou até mesmo feliz. Concluindo que a vida é feita de Ois e Tchaus, entremeada de alguns até logos. E para os Ois damos menos atenção que ao Tchaus. O tchau nos faz mover, nos fazer nos posicionarmos, nos faz sofrer. Entendemos a despedida como uma última chance de se agarrar a algo que conhecemos, a algo que fundamenta um pouco nossa vida, nossa busca pela auto-compreensão e felicidade. Os Ois são muitas vezes diminuídos, tratados como invasores, ou desdenhados. Um Oi pode ser uma última chance também, de ser feliz, de recomeçar, de achar sentido. Cada Oi deveria ser mais derradeiro que cada tchau, cada momento maior que cada memória, cada ação melhor que cada lembrança. Ando em um momento de dizer tchaus, não sei se gosto. Ando na expectativa de dizer vários Ois, não sei se quero. Ando porque não posso ficar parado, mas recostar a cabeça em um colo quente e conhecido é fundamental pra qualquer passo.