segunda-feira, setembro 17, 2007

M de medíocre

Muito me dá nervo na pele, irrita meu tecido cutâneo, dá alergia na ponta dos dedos, no alto dos olhos, no interno da cabeça. Não sei se posso ser assim tão simpático sempre com todo mundo. Odeio quando publico um post com uma letra de música, me sinto impessoal. Será que o estar fora do nosso corpo é uma dádiva? Luto contra o estar e o escrever agora. Luto com palavras toscas, idéias horríveis, inércia. Luto para achar uma forma, falar indireto, saber onde tudo vai chegar. Luto pra ser menos verdade, menos palpável, mais apagado. Ainda tenho o desejo de sumir, principalmente de meus desejos. Ainda tenho a vontade de me entender, principalmente através do olhar de alguém. Ainda tenho a vontade de lutar do lado de fora da minha cabeça, do meu sofá-cama, do meu apartamento. Ainda tenho a vontade de ser livre de alguma coisa que eu não sei o que é, mas que me prende em um vício brutal de comunicação. Preciso excercitar mais ser sozinho. Precisamente agora.

quarta-feira, setembro 12, 2007

IML

Porquê a gente sofre, chora, ri, procura, procura, e às vezes é só uma melodia, que já nos encheu os ouvidos, que precisamos.

Às vezes eu quero chorar
Mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem
Onde explodem paixões
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa pra lembrar
Às vezes eu quero demais
E eu nunca sei se eu mereço
Os quartos escuros pulsam
E pedem por nós
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa pra lembrar
Se você quiser eu posso tentar mas
Eu não sei dançar
Tão devagar pra te acompanhar

Inesqueçivel Marina Lima

sábado, setembro 08, 2007

Todo Jazz


... uma sensação, um certo tesão adolescente, o calor que sentimos no friozinho das cidades cinzas, a delícia do anônimo, o começo do traço, o fechamento do episódio, sou todo jazz! Enquanto Billie Holiday me susurra aos ouvidos, ou me esganiça as entranhas rasgando sua voz com elegância, chego a conclusões infindáveiss, como um bom solo de bateria, sobre o mundo, todo jazz. Sim, antagônico, contraditório, sutil, doce, doloroso, venenoso, traiçoeiro, vermelho, interminável. Concluo que 1 + 1 = ao mundo, e o mundo é mais que 1 + 1. Concluo que existe sim uma divisão de classes, os que gostam de jazz, da música e não do status de gostar dele, e os que ainda não foram abençoados por esta descoberta. Invariavelmente as pessoas mais interessantes que conheço gostam de jazz, mas é verdade que ainda não fiz o teste de ouvir com eles, olhando nos olhos, que é com o que converso melhor. Mesmo o rock, que eu amo , e onde acho sempre pessoas extremamente interessantes, para mim é a vontade de ser jazz, isto quando ele é bom. Quando o rock é libertário, gostoso, forte, suculento, desastroso para os nossos sentimentos ele é um grito de liberdade, ele é o jazz furioso. E os que ainda não descobriram, porquê é impossível não gostar de algo que seja verdadeiro com o bom jazz, estes estão com suas almas perdidas, vagando pelo mundo do pasteurizado, sucumbindo à nação zumbi. O jazz é imortal porquê a alma é indestrutível. Simples assim, como 1 + 1 querem ser todos. E eu, todo jazz, sou assim, triste, eufórico, indisciplinado, delirante, tocável, carente, apaixonado. E todo jazz eu quero ser, e para isto, não cesso de buscar pessoas de verdade, que saibam dialogar numa Jam Session, não ser conduzido - que isto é para pessoas repetitivas - e nem querer conduzir - que isto é para pessoas complexadas. A liberdade de dialogar, com tudo o que é possível, palavras, corpo, imagens, não-fatos, é a vida que pulsa, e é difícil esquecer que podemos ser vivos quando já o fomos algum dia, mesmo que vivamos entre mortos.

sábado, setembro 01, 2007

Comunicação cortada

Quando o mundo é o chão em que pisamos, somos nós que achamos a verdade ou a verdade que limitou o que podemos querer? Só acho que é bom ter cuidado para que o bom seja sempre o começo de um boom, e não o desejo nenhum.