terça-feira, janeiro 22, 2008

Google

E se eu dou tudo ao google, a culpa é sua, que não está aqui para me ouvir. Você que sabe discursar mas não entende que é só olhando nos meus olhos e me provando que é diferente que eu posso amar de verdade. O resto é espera, a angústia que corrói. Não nego a força da palavra, mas continua o essencial do calor que espero, supondo.

Post 2

Eu, Henrique Fares Leite, nascido no dia 6 de maio de 1982 em Belo Horizonte, Brasil, declaro por meio desta publicação aberta que, mesmo tendo aceitado as regras de utilização deste espaço, em hora alguma cedo minhas palavras, materialização de mimnha vida, ao Google, empresa de capital aberto e coração fechado, cotada na bolsa, e que me asfixia em saco plástico. Retiro todo e qualquer direito que por ventura esta empresa possa supor deter sobre o que eu aqui publico. Porquê se o faço, é culpa da própria, que afasta as pessoas de se olharem, que não deixa o atrito gerar calor, que pretende intermediar a minha solidão eternamente.

Feito a Paris no dia 23 de janeiro de 2008.

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sábado, janeiro 19, 2008

To indo

Pra vida, que esta aqui não tá me segurando. Bjs.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Caio Fernando Abreu

"Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis, e você pode então ir tanto para Botucatu quanto para Java, Budapeste ou Maputo — nada interessa. Viajante sofre muito: é o preço que se paga por querer ver “como um danado”,feito Pessoa. Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio."

Pra não citar a frase anterior, que seria muito óbvia.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Preciso

Eu preciso dizer que eu te amei, que me imaginei vendo o sol se por, logo depois de nascer, pois ao seu lado o tempo não teria lógica, não seria longo, nem curto, não existiria. O Rio-de-Janeiro seria maravilhoso, o seu Rio-de-Janeiro. Eu preciso sonhar que você me amou, naquele instante em que eu te beijei, mesmo que depois eu tenho pisado na bola, e você no meu coração. Que nossa história era pra mim só uma roda que voltaria a nos encontrar, e não que era sua estrada que me deixava pra trás. Enquanto se ia eu achava que era um jogo, só uma maneira de termos um belo final feliz. Não sabia que se ia para sempre. Eu preciso dizer que te amei para acreditar que não te amo mais. Eu preciso acreditar que te amei. Eu preciso olhor nos seus olhos e te ver chorar, se não de amor, de remorso. Eu preciso ser mais preciso, mas não se mostre assim tão perfeito que eu logo me embolo todo.

De sangue

Se é do sangue que preciso pra me alimentar, como posso viver sem violentar alguém? Sei que não me acham correto quando seduzo, e depois abuso, quando me lambuzo no pescoço, apressado, da minha presa. Mas gostaria que se colocassem em meu lugar, não é fácil precisar fazer o mal para sobreviver. E no mais eu nunca agarrei ninguém a força, quem oferece suas veias sabe do risco que corre. Talvez seja difícil imaginar que sou assim tão monstruoso. Meus doces olhos abrigam os corações enxarcados de esperança, e minha amarga boca asfixia a percepção. Eu me desespero, eu juro que sim, ao sentir que atraio uma nova presa, dócil e ingênia, que será marcada para sempre, que talvez nunca mais consiga se entregar a alguém, que não brilhará mais ao nascer dos dias. Mas eu não consigo me parar. O sangue que busco mora em cada coração deste planeta, e, se o faço escorrer do peito, como as lágrimas dos olhos... eu só quero pedir perdão.