sábado, maio 28, 2005

Puta que pariu!

Eu havia prometido que não diria nada, não externamente, não diretamente. E? E? Quem tem com isso?! Sensações estranhas dominam a gente como nenhuma paixão pode dominar. A coceira que vem subindo pé acima, dominando sua pele, suas entranhas, sua razão, sua dimensão, seu reinado! Completamente dominado, refém, esculhambado e maltratado, de forma traiçoeira, sempre tem que ser traiçoeiro. As vontades, principalmente de ser agressivo, são assim também. Indomináveis, inomináveis, infecundas... não, antes da poesia da prosa vem o sentido. Fecundas sim, fé pura, melhoramento da espécie. Agredir bem agredido é uma arte, a arte da guerra hahaha! Que babaquice! Bom de quem tem pessoas que possa agredir e de quem possa sofrer agressão verdadeira. Se é que a gente tem que se tornar alguma coisa melhor a cada dia, talvez esta seja a melhor forma de ignorar os dias. Affh! Movimento, movimento! Escrevo para não congelar, não mais que o coração.

quinta-feira, maio 26, 2005

Nem é o que eu pensava, mas vai continuar a ser o que eu achava.

Etéreo. Somos todos iguais, pelo menos nesta adjetivação não? Mas se bem que as pessoas parecem construir seu próprio universo de significações imperiais. Logicamente no império de cada um nem preciso dizer quem é o imperador não?! E que saco ter que aceitar em minha vida egos tão inflados, infláveis com tanta facilidade. Se encostar a boca parece que o balão enche na mesma hora, imagina se colocar a mangueirinha?! Hahaha. Ouvir música desvirtua meu texto. Queria ser duro, cruel, daí começa a tocar música de bobo feliz... concentração, concentração. Eu acho que eu li em algum lugar, ou alguém me disse, ou eu mesmo pensei, o que dá tudo na mesma, metalinguagem 100%; é melhor manter a obra longe do artista, assim pode-se salvar os dois. Acho que isto explica por si só, esta música não me deixa trabalhar também, só as cadeiras.

segunda-feira, maio 16, 2005

O amor que vale a pena é uma ilusão, amar tem que valer a pena.

O que mais tenho que repetir?! Idéias bobas, quase sempre bizarras. Pessoas bobas, quase sempre enganadas. Somos frutos? É tudo conceito de indústria? Amar, verbo intransigente. Que pena, podia ser tão mais fácil, tão mais chato.

Discurso corrosivo

Cansei! Cansei de ouvir discursos, cansei de ter que reconstruir o meu discurso. Cansei de discutir a minha vida, de ter que ouvir as construções mais absurdas das vidas alheias. Farei melhor, pretendo, farei onde me aceitem, o que, eu determinarei. Farei estórias no papel ou na tela, farei amores nas músicas dos outros, farei minha vida comigo, nada mais sem mim. O nó que se ata na garganta aumenta na presença dos outros, não sinto vontade de me desfazer, de me refazer, de me analisar, de me repensar... de me autocriticar. Deixo as críticas para vir, elas sempre vêem, inevitavelmente. Quero mais ser fazedor, ser menino que não pensa, age. Quero sim ser burro, cego e enxergar a minha verdade. Quero ser verborrágico, ser lascivo, penetrante, ser autosuficiente, quero gozar comigo mesmo, quero me bastar. Vamos comer Caetano sim, vou trepar com Adriana, vou trepar com Zeca, vou deglutir o que me convier.
Pessoas são sempre impertinentes, não sabem ouvir, apreciar, admirar, ficar caladas às vezes. Responder perguntas, ter que responder com perguntas, diálogo, guerra, tudo se assemelha, tudo converge. E se os discursos forem inconseqüentes? Se quiserem ser banais? Se forem apenas duvidosos? O que você tem a ver com isto? O que eu tenho a ver com isto? Não ouse falar do que não sabe, do que não sabe o que eu penso.

domingo, maio 01, 2005

Maio

Começou o mês de Maio, e é com letra maiúscula mesmo, sempre gostei muito deste dia. Talvez eu não tenha enxergado a saída do útero da mamãe como uma perda, mas como uma nova possibilidade de viver inúmeras possibilidades. Mas, talvez, eu não tenha superado esta surpresa, esta vontade de descobrir o novo a cada dia, este impulso juvenil de não ficar nunca parado. Tenho que ir, inclusive, inconcluído.

O lirismo de Cartola

Acontece

Esquece o nosso amor,
vê se esquece
Porque tudo na vida
acontece
E acontece que já não sei
mais amar
Vai sofrer, vai chorar
e você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração
ficou frio
E o nosso ninho de amor
está vazio
Se eu ainda pudesse
fingir que te amo
Ah, se eu pudesse
Mas não posso, não
devo fazê-lo
Isso não acontece

Agente não tem que inventar tudo, né?!