sábado, dezembro 17, 2011

Avoir le cafard

Esta expressão se impregnou no meu coração este final-de-semana. Avoir le cafard, é uma expressão francesa que expressa a tristeza e a depressão que podemos sentir. Ela vem da imagem, muito parisiense, de um apartamento velho, pobre, cheio de insetos, incluindo o famoso cafard (barata).

Ontem um amigo, insuspeitável pela energia constante de sua vida, me diz avoir le cafard, hoje é exatamente nesta posição que eu me sinto. Será isto ligado ao fato de ter descoberto uma nova expressão que eu acho bela? Pode a palavra, pela beleza da sua existência, influenciar a minha existência?

Prefiro deixar que assim seja. Prefiro acreditar que assim me sinto. A partir de hoje eu sei o é sentir le cafard, qual melhor forma de aprender uma língua senão vivendo suas palavras e suas expressões? No banco da escola aprendi muito, mas no frio do inverno da rua aprendi a viver, certo, hoje triste, mas quem sabe amanhã mais contente?

quarta-feira, agosto 04, 2010

Imcompreensão

Eu dei, toda a compreensão que eu pude dar. Mais do que eu era aconselhado, menos do que eu gostaria para ser superior. O que sobrou de nos dois? O que sobrou da compreensão depois da nossa vida de casal?

O que que te faz de saber que eu não vou bem? O que você tem a ver se eu me acabo em alcool, sexo e noites mal dormidas? Não te sobrou nem mesmo a compreensão.

Era si amor que te unia a mim, amor carnal, desejo visceral. Era mais do que amor que me fazia te aceitar.

Hoje, amor acabado, eu continuo te querendo bem, te compreendendo. Hoje, amor acabado, você esta pouco se fudendo para mim.

E dai?

sexta-feira, agosto 21, 2009

Sorrir ou chorar, eis a questão.

Me encontro numa sala de espelhos, onde não sei mais o que fazer pra fugir de mim mesmo. A questão que é omnipresente é se eu devo ser feliz mesmo começando a perceber que a angustia que eu sinto nunca vai desaparecer.

Eu sempre me sabotei, perceptivel em sinais assim precarios quanto comer meus dedos até que sangrem, abandonar conquistas quando eles estvam a um passo, ou não saber aproveitar do amor que me apareceu. Sempre mirei no futuro, no possivel a ser conquistado. Nunca consegui me sentir tranquilo para aproveitar realmente um belo por-do-sol, um beijo molhado numa manha nascente, ou um suco de laranja à tarde numa confeitaria. Sempre usei minhas conquistas como credenciais para novas, maiores, enormes, longe do que se esperava de mim. Sempre foi possivel me enganar assim: achando que ainda nao podia me sentir bem, pois ainda nao tinha chegado numa conquista do tamanho da minha liberdade.

Hoje nao conquistei nada de mais, mas nao posso negar o quanto eu batalhei meu caminho. Nao posso negar que ja consegui o bastante para ser feliz, e nao o sou. Nao posso mais aumentar a barra, por sentir que chegarei ao céu. Não digo que não pretendo conquistar novas coisas, simplesmente que não posso "esperar" conquista-las para ser feliz. Mas como devo fazer?

Eu me eduquei assim, acostumei a me colocar desafios e me sentir feliz em realiza-los. Nao sei mais ser so feliz... sonho com as coisas simples da vida, mas me emociono so com as que passam na tv.

Pretendo encerrar esta etapa adolescente da minha vida, onde devia provar que eu podia ser quem eu quisesse, abandonar a capa de super-homem. Quero passear de bermuda e camiseta branca, sentir o carinho da areia da praia entre os dedos, sorrir para o sol que se vai, encostar minha cabeça no ombro de alguém e me sentir seguro.

Alguém sabe como faço pra chegar la? Posso fazer um curso se necessario. Primeira etapa, reaprender a ser ingênio, voltar pro banco da escola.

sexta-feira, junho 05, 2009

Retorno

A Sra. Distância e o Sr. Tempo foram casados. Depois de longos milênios de amor, um dia se disputaram por causa de discordâncias na forma de educar sua filha, a pequena e fragil Esperança, eles acabaram por se separar.

Nem o tempo e nem a distância podem me fazer calar, so escrevo o que não quero dizer. Volto logo, Esperança esta me chamando para brincar... Vem Esperança, me dê as mãos. Vamos atravessar a escuridão.

segunda-feira, junho 30, 2008

Um ano e meio

Tem um ano e meio que sou mudo. Luto contra o mundo, caso luto para entendê-lo, mas sobretudo para me exprimir sobre ele. Tenho medo de te perder, tenho medo da solidão, que é o não poder comunicar. Tenho medo de me esquecer.

O ano em meio passou, e eu tenho borrões na cabeça, não estão na memória, estão soltos no crânio, batendo em todos os lados, como um chocalho irritante nas mãos de um bebê chorão que parece nunca crescer. Tenho quase orgasmos em escrever, em me por preto sobre branco, clarear minhas idéias, esvaziar meu turbilhão. Sinto-me cansado, e encaro a solidão como a única verdade confiável.

Talvez por isto não me embarque em falsos sorrisos, nem em olhares desérticos, fico mal em meu vazio construído. Enxergo o mundo em dois grupos, os que se forçam para estarem bem, acompanhados sempre, falantes o tempo todo, e sobretudo rasos na vida. Estes costumam acumular todos os signos do bem estar, dinheiro, status, cultura e bons amigos. O segundo grupo é o dos que se sentem pouco à vontade neste mundo, ranzizas, sozinhos, mal amados e frustrados. Não me encaixo em nenhum dos dois, pois só consigo classificar as coisas que estão aos meus extremos. No meio, resta o meu coração, fonte da minha insônia e bárbaro da minha tranquilidade. É ele que não me deixar ver transparente de dia, quando me coloco na pele de alguém que entende e administra o mundo à sua volta. É ele também que angustia quando a cabeça é livre do racionalismo, que impede meu desejo de criar, ser, sair do meu chaos. Meu coração é marcado, listrado, encarceirado pela minha patologia... e eu não sei qual é ela.

segunda-feira, maio 12, 2008

Vez ou outra vazio


"Eu não sou eu, nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio". Eu não sou vazio, nem sou completo, sou qualquer coisa de incerto. Eu não sou quem fui, muito menos quem queria ser, sou qualquer coisa... qualquer coisa que se esvazia, qualquer coisa que amarga as palavras, qualquer coisa que não quer se sentir uma coisa, e sim alguém especial.

Ainda luto por um conhecimento que eu não sei qual a utilidade, ainda batalho em um guerra que eu não sei se quero viver. Vazio... escasso de desejos. Vazio... descaso com os beijos. Vazio, fracasso e desacertos.

Talvez eu seja mesmo vazio, talvez eu tenha me esvaziado tentando esquecer as regras do savoir-vivre, do savoir-faire dos affaires, do savoir-dominer. Talvez eu seja vazio, tentando descobrir que existem outras formas de beleza nas manhãs longe de você. Talvez você tenha esvaziado seu coração, e eu.... e eu esvaziado minha cabeça, minha sede de poder, minha vontade de viver.

Um dia nos encontramos na serra, onde não há eletricidade, não há informação, não há pelo que lutar, salvo a companhia e a partilha sincera de algo que deva existir e que temimamos em chamar essência.

Talvez, um dia, no vazio da vida, ou no espasmo do fim-de-tarde, talvez, você compreenda que nem tudo o que faço, embora eu faça semblante para parecer que sim, é uma imagem na busca de me afirmar de maneira superior, ou talvez você só prefira acreditar que eu controlo a minha vida, e a sua também.

Marcadores: , ,

terça-feira, janeiro 22, 2008

Google

E se eu dou tudo ao google, a culpa é sua, que não está aqui para me ouvir. Você que sabe discursar mas não entende que é só olhando nos meus olhos e me provando que é diferente que eu posso amar de verdade. O resto é espera, a angústia que corrói. Não nego a força da palavra, mas continua o essencial do calor que espero, supondo.

Post 2

Eu, Henrique Fares Leite, nascido no dia 6 de maio de 1982 em Belo Horizonte, Brasil, declaro por meio desta publicação aberta que, mesmo tendo aceitado as regras de utilização deste espaço, em hora alguma cedo minhas palavras, materialização de mimnha vida, ao Google, empresa de capital aberto e coração fechado, cotada na bolsa, e que me asfixia em saco plástico. Retiro todo e qualquer direito que por ventura esta empresa possa supor deter sobre o que eu aqui publico. Porquê se o faço, é culpa da própria, que afasta as pessoas de se olharem, que não deixa o atrito gerar calor, que pretende intermediar a minha solidão eternamente.

Feito a Paris no dia 23 de janeiro de 2008.

Marcadores: , , , ,