segunda-feira, outubro 24, 2005

Viver em sonhos

diz:
O sublime é o agora, o real.
diz:
O sonho é o que suprime
diz:
Você só confundiu as palavras
ouve:
viver no real, é angustiante. no paraíso cria-se maravilhas,fuga.
diz:
mas não se vive
diz:
se sonha
diz:
Mesmo a dor, real, é muitas vezes mais intensa que o sonho mais belo que você possa inventar. E certamente as intensidades na vida, os contrastes, os extremos são as melhores experiências.
ouve:
e quem disse q sonhar nao faz parte do viver
ouve:
???
diz:
viver em sonhos não é como sonhar para realizar

sexta-feira, outubro 14, 2005

Eu tenho medo da mediocridade

Se eu temo quando acho que estou sendo medíocre porque eu teria que fingir que não acho quase tudo o tempo todo medíocre? Morro de medo da medicridade, da idiotice e da estupidez. E o pior é contstar como as pessoas se reunem e são felizes em torno de coisas estúpidas! Se eu pudesse me escolher de novo queria ter nascido num edifício no centro, só saído aos 15 anos e nunca, nunca mesmo, ter dado muito papo pra ninguém. Que meu terapeuta não ouça isso. Porque que a gente não pode passar parte da vida trancado, ouvindo múscia e lendo bons livros, no máximo batendo punheta. Essa busca eterna de pessoas interessantes, que compartilhem o mesmo mundo, os mesmos gostos, opções a mesma idéia de felicidade, é muito stressante. Quanto mais amigos melhor.

Se eu não fosse tão medíocre em saber que tudo isso não passa de desejo. Em saber que tudo isso não passa de passado, já agora. Se eu não fosse tão medíocre.

sábado, outubro 01, 2005

Um feio inventou a moda!

Dicla com quem andas e te direi quem és. Tem frases que perturbam muito mais do que deveriam. Passam dos limites da infância. A cinza das horas que consome uma vida igualmente cinzenta me espanta ainda hoje. O desejo de encontrar uma pessoa que consiga unir o que se apresenta desconexo se encharca mas nunca se afoga.

Tudo parece sempre estar longe, enquanto isso minha vida corre de mim, acho que as pessoas me preferem à distância. Dentro do ônibus atravesso o túnel, nesta cidade só tem um, do outro lado outra cidade, os mesmos medos, a mesma timidez.

A velocidade engole. Engole-me, engole a todos, não me deixa engolir ninguém e vice-versa. A falta de tempo, a falta de gente no meio de tanta gente não me deixa respirar, nem a ninguém. Alguém, por favor, diga pare que eu quero descer? Não sei se sou o último, mas mandaram apagar a luz.

No céu não há barreiras, não físicas. No meu peito existem limites, que estão se esgotando. Nas minhas frases há tentativas, muitas vezes ruins. Não há ais nada que eu queira fazer.

Eu não me nego

Sou personagem, menos que você, mais com você. Não sou tão bom que possa não querer te ver sofrer. Não sou tão bom assim.

Gostaria de ser personagem de aventura, não medir a altura do salto, mergulhar em águas escuras, não ter medo de cova rasa. Mas o medo, este que me impregna e me finca na confortável cadeira do computador, na frente da televisão, na merda da vida familiar, esse medo me estanca, me contém, me dilui nas parcas vias urbanas.

Gostaria de ser personagem sóbrio. Pontuado. Personagem que sabe a hora de calar, tão bem quanto o que dizer. Mas a inquietude, a juventude, o desespero apresentado pela vida, frugal, externa e provocativa me desliza. Não sei me controlar, talvez por não saber quem eu devo controlar.

Gostaria de ser personagem não repetitivo. Desses que não precisam aceitar fórmulas, ou mesmo criar as suas próprias. Desses que inventam o pôr-do-sol quando o dia chora em chuva. Mas a fraqueza, a falta da franqueza às vezes, o leve sabor do viver em contraposição à dureza do pensar não deixam.

Quanto mais espaço eu der maior me parece o conteúdo. Quanto mais esparso ficar talvez melhor eu me sinta. Faltam companhias para que atuem todos os meus personagens. Falta companhia para incitar as minhas possibilidades. Falto eu.

Duelo

Duas janelas se entrelaçam, a força física em nada poderia mudar a situação. Existe uma indiscrição nas perguntas que se faz. Faz-se isso como se só disso dependesse a felicidade e o renascimento.

Se você está ligado me sinto assim melhor. Não que seja inexplicável, só não sei dos pormenores. Nesta triste tarde de sábado, quando o sol flameja secando meus desejos e a tarde desaba em parcas esperanças, sua presença me faz um pouco melhor.

Não que isso seja uma dádiva sua. Talvez algo que eu tenha construído para você. Tem de dar conta agora. Não precisa cativar para te tornares responsável. Simplesmente te elegi. Preciso dividir meu peso com alguém. Mala mala.

Eu tenho um lado que é bala. Fere, sangra, encurrala. Você só pode me querer na minha complexidade, na minha mediocridade. Vai correr? Vai achar? Duelemos sem trela nem idéia do prelo, falar, ou melhor, escrever.