terça-feira, abril 26, 2005

Chuva

Ontem a notícia: “frente fria, queda de temperatura e chuvas torrenciais”, hoje a concretização da lavagem. Precisava mesmo lavar a alma, deixar as lágrimas sumirem neste aguaceiro, alguma coisa tem de haver de natural em sofrer e chorar.

O vento frio dói na alma, não sei se ele ou a memória do que se esvai. A água molha o corpo, não sei se ela ou se as lágrimas que vertem pelo nariz e boca. A chuva embaça a vista, ou será que a visão está mesmo turva? Falta uma pessoa muito importante a olhar, moldura que ajudava a enquadrar o mundo.

Que caia a chuva, que sequem as glândulas, as coisas às vezes têm que se resolver naturalmente, isto implica tempo.

segunda-feira, abril 25, 2005

Falta

Desculpe as vezes que lhe fiz chorar, as chuvas que lhe fiz tomar, as gripes que lhe fiz pegar, desculpe tudo o que lhe fiz passar, mas agora não há como não desculpar o meu direito de lhe amar. Não soube como começar, muito menos o jeito como isto irá terminar. Hoje foi um dia especial, como deve ser todo o dia em que estou a seu lado, mas nem sempre tenho a sensibilidade necessária para perceber.

P.s.: Achei isto guardado, faz muito sentido.

Palavras inconsequentes

Às vezes as palavras não dão conta dos sentimentos, na verdade, nunca dão, a gente é que tenta moldá-los à imagem das palavras que sabemos. Sentir é um plano que existe somente dentro de nós, a tentativa de exteriorar às vezes é cruel, mentirosa e impotente, e assim nos sentimos.

sexta-feira, abril 15, 2005

E cada vez +

E tem uma amiga minha que fez aniversário. E eu nem sei o que senti ao comemorar com ela o fato. Vira cada vez mais um detalhe, um acessório esta data. E eu brinquei com ela que desta vez ela pode escolher o presente, porque ainda a darei muitos ao longo de nossas vidas. E apesar de toda esta felicidade, às vezes um raio de sol que bate fraquinho, amanhecendo meu olhar sobre sua foto me parece mais belo, mais verdadeiro, legítima vida. E ela mesma disse sobre a força de uma poesia que ela tem que lhe escrevi a muitos anos...

E assim segue a vida, em cada semana, em cada data, em cada cerveja, em cada aniversário. E assim segue a soma, e... e em cada ano a gente soma, obrigatoriamente. E em cada festa a gente finge que a soma foi positiva, e às vezes a gente não tem nada a viver e vive. E às vezes a gente não tem nada a dizer e diz.

Parabéns Raio de Sol, Luz do Dia!