sábado, junho 18, 2005

mal-humor

Num porão escuro, espirro. Espirro sem parar. Tosse, tosse seca, vida seca num porão úmido. Hoje eu acordei com mal-humor, o dia só contribuiu para isto. É perda de tempo, eu repito, são as horas passando repetidamente. Ferro contra ferro, pelo menos algo me agrada. Martelar os pregos para retirá-los da madeira aonde um dia alguém os colocou. Não sei se é inteligente, mas é forte. O problema é a quantidade deles. A dureza deles cederem ao destino ao qual eu os forçarei, bobos. Alguns parecem querer se esconder na madeira, não adianta, eu tenho um pé-de-cabra e um martelo. Alguma coisa nesta função ignorante me deixa superior, longe daquele porão, ao lado dos grandes pensadores do renascimento. Passa logo, porque não existe pausa ou slow motion na vida real? É tudo uma merda sim, quem quer se enganar dizendo que tem muita coisa pra fazer, tirando prego? E quando acabo, a noite que começa parece me dizer que eu posso reinventar meu dia, que ele não precisa fechar o ciclo à meia-noite. Quem sabe um banho, algumas palavras escritas... é isto, acho que vou lavar meu mal-humor, com sabonete Dove.

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