O que é seu nunca é seu
O que sinto é uma fome,
O umbigo engrandecendo desenfreado.
Encher a boca de comida,
Esqueço que assim ela se esvazia de ar,
O que sinto é falta de ar.
Eu
O que sinto é falta de ar,
Acendendo mais um cigarro.
Para marcar a respiração,
Trago, sopro fumaça.
Quando apago o toco, inflamo o corpo.
O que sinto é inquietação.
Eu
O que sinto é inquietação,
O corpo pedindo para se agitar,
As paredes brancas e altas a se fecharem.
Sei que estou preso num quadrado, numa caixa.
A alma não se aceita aprisionada.
A cabeça precisando se expandir.
O que sinto é vontade de ir.
Eu
O que sinto é vontade de ir.
Abandonando a casa, revoando através dos mares.
Pontuar as sentenças, muito antes ponderadas.
Desembarco em novos mares, nunca d’antes transtornados.
Enfim posso relaxar, ver o céu em espelhos d’água.
Mas o céu parecendo o mesmo, ladeado de incertezas.
E a dor no coração, tão pertinho do umbigo.
O que sinto é desejo de amar.
Eu
E o amor, que me fará sentir a vida, Eu infinito...
P.s.: ando concluindo que odeio titulos, tanto quanto odeio rotulos.
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